SENADOR PAULO ROCHA (PT/PA) CONCEDE ENTREVISTA E FALA SOBRE ESTRATÉGIA POLÍTICA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NO ESTADO.

Foto: Comunicação Senador Paulo Rocha 

"A principal bandeira de luta é pelos direitos dos trabalhadores e questões que envolvem o desenvolvimento sustentável da Amazônia" (Senador Paulo Rocha)

 Em entrevista cedida à jornalista Keila Ferreira
e publicada ontem 10/11, no jornal O Liberal, o Senador Paulo Rocha um dos maiores nomes do Partido dos Trabalhadores (PT) no Pará, fala sobre a estratégia de retomada da força do PT no estado, a partir das próximas eleições.

Ele também defende a construção de uma frente política no campo da esquerda para a disputa da prefeitura de Belém e faz críticas ao modelo político implementado pelo governo federal.
(Redação do jornal)

Sobre a avaliação da  proposta de mudança no pacto federativo apresentado pelo governo federal o senador diz que:

 "A proposta do pacto federativo já vem com desconfiança por ser uma visão de um governo ultra neoliberal, que acaba não resolvendo os problemas das nossas regiões, ao contrário o governo centraliza maia poderes na União e na regiões mais desenvolvidas e não resolve o problema das regiões menos desenvolvidas. Não atenta para nossa realidade e nossos problemas, a matriz do pensamento do governo é favorecer o capital financeiro, esse pensamento é  principalmente  do ministro da economia. A extinção dos municípios é o bode da sala, todo mundo vai chiar, todo mundo vai brigar e o governo coloca como moeda de troca para no final ele aprovar o que ele quer de principal".

Em relação aos 400 bilhões que serão distribuídos aos estados e municípios em quinze anos:

"Qualquer benefício que venha é bom para as necessidades que tem hoje os nossos municípios. Mas primeiro tem que fazer uma reforma tributária fiscal, para tirar a concentração do recurso da mão da União, do governo federal e distribuir para os municípios e estados. Ai, sim, pode ser pensar num pacto federativo mais eficiente para o nosso desenvolvimento e mais justo para os nossos entes federativos".

Sobre as eleições de 2020 em Belém, Paulo Rocha diz que apesar de todo os despeitos e ataques o partido continua forte, organizando e está saindo de um processo de disputa interna nos estados que vai finalizar agora em novembro com o congresso nacional do PT, onde a direção fará discussão sobre as táticas e estratégias para disputar as prefeituras dos estados.

"Já governamos as principais cidades do estado e temos experiência. Temos a própria capital, Santarém, Abaetetuba, Cametá e Conceição do Araguaia".

A nossa estratégia e voltar a governar essa prefeituras. Naturalmente temos nomes importantes. Em Belém a ideia é a gente construir uma frente política no campo dos democratas da esquerda e temos nomes importantes do PT, mas tem nomes também que são de outros partidos como nome do Edmílson Rodrigues. Estamos iniciando essas discussões para montar essas estratégias. Nossa estratégia principal e a retomada do PT a partir das eleições municipais.

"O PT já teve quatro deputados federais, só temos dois. Nós já tivemos seis ou oito deputados estaduais, só temos três. Nós achamos que é um momento muito importante para o PT retomar a sua força maior, que já tivemos. As eleições municipais são eleições estratégicas não só  para o desenvolvimento humano nos municípios que nós buscamos, mas também para conseguir forças para as eleições futuras". Afirma o senador.

Paulo Rocha diz que o seu nome não vem para a disputa nas eleições do ano que vem em Belém, ele lembra que não quis disputar quando estava na construção da CUT até finalizar a sua fundação, depois teve cinco mandatos de deputa federal agora é senador.

"Acho que o  meu papel é  exatamente estar a serviço da organização dos trabalhadores do PT, a nível de estado".

O nome do deputado estadual Carlos Bordalo que deve ser destacado nessa questão dos direitos humanos contra a violência. Acho que é um nome forte que nós teríamos que colocar no diálogo com a frente de esquerda.

Sobre o comado do PT no governo do estado do Pará no passado, Paulo pensa que o PT quando foi governo no estado ficou pouco tempo, então não teve oportunidade de mostrar todas as suas ações. Naturalmente cometeu erros, mas teve mais acertos do que erros.

"Minha posição é  positiva, acho que para governar bem esse estado, tem que ter um programa de governo que leve em consideração o desenvolvimento local, a vocação regional e até microrregional, por causa das grandes diferenças que tem o nosso estado. Tem que se consolidar nos municípios, fazer desenvolvimento locais e além dos programas dos governos, tem que governar com os setores organizados".

Avaliação sobre a gestão do atual governo de Hélder Barbalho:

"Tem pouco tempo para fazer uma  avaliação mas profunda, no entanto, ele está mostrando para o que ele veio. Está em todos os lugares identificando e respostas imediatas para os problemas que surgem. É uma disposição de estar presente é um ponto positivo. Agora pra governar bem tem que incluir todos os processos de desenvolvimento. É claro que além do grande projeto agropecuário, do grande projeto mineral, ele tem que incluir também no processo de desenvolvimento o pequeno, que seja a agricultura familiar, a piscicultura, as pequenas mineradoras no processo de desenvolvimento.  Enfim, para se governar bem no Pará tem que se quebrar a visão de ideia elitista, que só se governa a partir do grande".

Perguntado ao senador qual a autocrítica dele pela diminuição do número de deputados do PT no Pará:

"Com a queda de nosso governo a gente teve naturalmente consequência sobre nossa bancada, depois eu acho que a crítica que o PT pode fazer são duas:
Primeiro num determinado momento privilegiou a intervenção na questão institucional em detrimento a continuar a força dentro da organização do povo. Esse foi um erro, motivo  que nos dividiu. Tinha que continuar forte no movimento social e nas organizações do povo. A outra foi na questão do financiamento de campanha.  Acho que a gente não teve força pra fazer uma reforma política que mexesse na forma de financiar campanha. Acabamos por sair no mesmo processo de capitação de recursos de campanha e ai cometemos o erro maior que foi o uso do caixa dois que na época apelidaram de mensalão".

Foi perguntado também se o PT reconhecia que houve mensalão:

"Não, não. Apelidaram de mensalão. Como eu ia receber dinheiro mensal, como líder do PT no congresso para votar nos projetos do PT? Não tem sentido essa acusação de mensalão. No meu caso, como eu era presidente regional do partido, fui buscar recurso do PT nacional para pagar dívidas de campanha, mas não declaramos".

Quais lições vocês tiraram a partir desses erros que custaram eleições?

"Não custou, tanto que mesmo com todos os ataques ao PT, com a ideia da elite querer acabar com o PT, nós continuamos com a maior bancada no Congresso Nacional. Tivemos erros localizados ai no Pará, a perda do governo do estado, a perda de algumas prefeituras, perdemos uma parte da bancada, mas em nível nacional nós continuamos o maior partido, maior número de filiados no Brasil.  Claro que esses erros tiveram consequências. O problema é que o PT é um partido democrático que vem da luta social, da luta política, então a elite para impedir esses avanços das organizações do povo, usa esse processo autoritário, como usaram no processo chamado impeachment da Dilma, que foi um golpe moderno, que usou a elite brasileira, criminalizando e criando uma visão moralista que tem dentro da sociedade, para desmoralizar o PT. Venderam a ideia de que o PT era o  partido mais corrupto.

Ninguém enriqueceu no PT. Eu, por exemplo, tenho 20 anos de deputado federal, senador e continuo com a mesma simplicidade econômica social. A Ana Júlia que foi governadora, vive com aposentadoria de funcionária do Banco do Brasil. Estamos no momento de recuperar essa retomada, para construir o estado social que estávamos construindo. Essas reformas que estão fazendo aqui é para tirar dinheiro do bolso do trabalhador para desmontar a estrutura do estado social que estava sendo concluída.

A gente se contrapõe não só pensando no desenvolvimento social, mas também no desenvolvimento econômico local. Essa massa de salário que está na mão do trabalhador e na mão de aposentado é o que faz o consumo no comércio local. Esse é o modelo que precisa dar continuidade. Ninguém é contra combater a corrupção, estávamos inclusive combatendo a corrupção, através de controle social, através das leis de transparência. Agora, esse projeto da lava jato, a serviço dos interesses internacionais, está acabando com a indústria da construção civil, indústria naval, colocou em xeque a indústria da alimentação e da produção de grãos".

(Senador Paulo Rocha PT Pará)

Fonte: Jornal O Liberal

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